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O que faz um designer pós-industrial?

Em 2006, Adriana Eysler, designer formada pela Goldsmiths College e pela London College of Communication, participou numa competição organizada pelo departamento de Ciências Aplicadas da Universidade da Basileia, na Suíça. A questão foi: "O que faz um designer pós-industrial?".

 

 

Aqui fica parte da sua resposta.

 

"Trabalhamos um pouco como máquinas: observamos, ordenamos, processamos. Input, output. Mas somos máquinas com uma história, com cicatrizes e feridas, e memória. Temos preferências pessoais, visões e pontos de vista, arestas e ângulos. Usamos o nosso panorama completo de experiência sensual para absorver o mundo e para o derramar no nosso trabalho. Recusamo-nos a sermos silenciados e a produzirmos um trabalho desprovido de alma. Observamos e procuramos coisas há muito esquecidas ou descartadas. Protegemo-las e ajudamo-las a ganharem relevo. Fascinam-nos as estranhas particularidades da atividade humana. Interessamo-nos pela presença e por presenciar. Por ser e tornar-se. Pelo desenrolar e pelo potencial narrativo. Vivemos num local a que Walter Benjamin chamou de "locais selvagens", as margens, a periferia, os locais de destruição. Ao mesmo tempo, vivemos precisamente no centro de tudo, dos mercados, dos locais onde estar, das zonas de construção.

 

Somos seres ambíguos, como agentes mudam em silêncio, mas incessantemente, até nos tornarmos ativos. O nosso perfil laboral exige que vagueemos pelas ruas das cidades, que dediquemos tempo a ler as inscrições nas paredes, e que investamos tempo em processos que poderão não dar em nada. Estamos sempre em movimento, mesmo que não saibamos necessariamente para onde vamos e onde iremos terminar. Somos nómadas profissionais e antropólogos criativos. Somos entreflaneurs. Todos viajámos extensivamente, ainda que apenas nas nossas mentes. Somos comunicadores multilíngues, capazes e ávidos de aprender qualquer idioma e adaptar-nos a diferentes ambientes. Somos evolução em ritmo acelerado. Não gostamos da palavra "problema". Preferimos "situação". […] Precisamos de procurar o diálogo e apartar-nos das nossas práticas isoladas. Somos agentes de mudança."

 

Adriana ganhou o primeiro prémio com esta resposta.

 

E tu, o que pensas? O que é que um Artista faz hoje?

 

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